sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Viva a Rainha Maria Teresa!

O REI E O CHOCOLATE: PAIXÕES DE UMA RAINHA




Em 1615 é selada a conquista do chocolate na França com o casamento entre o rei Luís XIII, da França e a infanta da Espanha, Ana da Áustria, que tinha apenas 14 anos.A rainha adorava chocolate o que a fez levar tudo o que era necessário para a preparação da doce bebida em sua nova morada.
Os cortesãos, para conquistar a pequena rainha, passaram a consumir o chocolate e este passou a fazer parte da corte francesa rapidamente. O convite mais requisitado de Paris era o chocolate de Sua Alteza Real.
Em 1660, Luis XIV, filho de Ana da Áustria, sobe ao trono e casa-se com outra princesa espanhola, Maria Teresa, o que acaba por firmar o domínio do chocolate na França.
Maria Teresa, uma esposa muito devotada e amorosa, tinha duas paixões, segundo se comentava na época: o chocolate e o rei.
Enquanto a monarquia francesa estabelecia como hábito o consumo do delicioso chocolate, o restante da Europa passou a conhecê-lo e a se interessar também, assim, descobriram o saboroso alimento e uma valiosa fonte de renda.
Neste período foi aberta a primeira loja de chocolate em Londres, onde a bebida era servida largamente.
A Espanha manteve fechado o comércio do chocolate até o século XVI, com taxas de importação muito altas, fazendo com que apenas os mais ricos o consumissem, mesmo porque a produção de sementes era limitada, não havendo capacidade de produção suficiente para exportação.
Depois dos casamentos entre franceses e espanhóis, a França passou a plantar cacau na Ilha de Martinica, nas índias Ocidentais, Trinidade e São Domingos. Mais tarde, chegava às Filipinas e outras regiões da Ásia. Desta forma, o chocolate tornou-se um consumo europeu e mundial, mais acessível às classes mais populares.




A Origem do chocolate

A ORIGEM DO CHOCOLATE


O cacau foi originalmente utilizado para preparar uma bebida que provavelmente já era conhecida quando os Maias se instalaram no México, cerca de 600 a. C.. Diz a lenda que o cacau foi uma dádiva do Deus Quetzalcoatl aos Aztecas, para lhes dar vigor e poderes benéficos. Ao cacau, os Aztecas chamaram “cacahuatl” e à bebida que daí obtinham “tchocolatl”.

O chocolate foi descoberto e levado à Europa pelos colonizadores espanhóis por volta de 1500. Ao chegarem ao México, perceberam que estes usavam um líquido para beberem que era fermentado e meio amargo, muito valorizado. O cacau foi muito usado inicialmente pelos Olmecas, depois pelos Maias que desapareceram misteriosamente e finalmente pelos Aztecas.A bebida sagrada era misturada com especiarias, geralmente a pimenta e mel, tendo um gosto entre o amargo e o doce, muito exótica. Era ingerida pelos sacerdotes em rituais religiosos. Também, na mesma época, as sementes de cacau, de tão valorizadas, viraram moeda corrente. Eram usadas como meio de troca e um referencial de valor.
O chocolate em forma de bebida era considerado uma espécie de elixir para os feiticeiros, utilizado para curar doenças, fadigas e até como afrodisíaco.
Os Aztecas batizaram as bebidas à base das sementes de cacau, como tchocolathl (bebida amarga).
Quando chegarem no México,os exploradores espanhóis foram recebidos com honras e um imenso banquete, regado com muito tchocolathl servido em taças de ouro.
Ei aí começa a história do chocolate para o resto do mundo que viram na bebida, inicialmente, de sabor estranho amargo e apimentado como uma fonte para ganhar dinheiro, tal a valorização que os Aztecas davam à ela. Plantaram cacaueiros na Espanha com uma única finalidade: trocar suas sementes por ouro, já que os nativos davam mais valor a elas que ao metal.O plano deu certo.
No início,a nobreza espanhola não se entusiasmou nem um pouco com o sabor da bebida,deixando assim, um bom período a bebida de lado, até que  Cristóvão Colombo que já havia trazido as ferramentas que os aztecas usavam (já que estes foram exterminados pelos exploradores espanhóis), e todo o necessário para seu preparo e começaram a agregar açúcar a outros ingredientes à bebida, tornando-a menos amarga a mais agradável ao paladar europeu.
Desta forma, o chocolate começou a fazer sua trajetória, tornando-se popular e valioso na Espanha. No Sec. XVII, os monges eram responsáveis pela sua produção e mantiveram o segredo do saboroso líquido por mais de um século.O monopólio e consequentemente, a escassez do produto neste período, fizeram com que fosse muito valorizado.Mas, os monges não conseguiram escondê-lo por muito mais tempo, a elite espanhola passou a apreciar cada vez mais a bebida quente.Foi nesta época que o cacau começou a ser feito em tabletes e depois derretidos em forma de bebida.
Nos anos seguintes, a novidade foi sendo espalhada pelo resto da Europa, chegando à França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Suíça, etc...
Foi quando a Inglaterra, produziu artesanalmente e depois em massa, o seu preço tornou-se mais acessível ao povo, e com a invenção da prensa de cacau, foi diminuindo cada vez mais o custo da fabricação.
Mas quem fez com que o chocolate chegasse na forma que conhecemos hoje, foram os holandeses, pois estes, por meio de maquinários   permitiam a extração, de um lado, da manteiga de cacau,  e do outro, a massa de cacau. Esta última era pulverizada para se transformar em pó, que quando acrescido de sais alcalinos se tornava facilmente dissolúvel em água.Com isto, o desenvolvimento dos achocolatados, foi um passo rápido e logo a mistura com manteiga de cacau, fez aparecer os primeiros tabletes de chocolate parecidos com o que consumimos hoje. A transição de bebida para tablete começou com a tentativa de encontrar uma bebida mais leve, dado que a original era rica em gordura e de difícil digestão. A Espanha perdeu sua hegemonia para a Inglaterra, e seguidamente para a Holanda, a França,e outros mais.
Mas a bebida parece ser muito mais antiga do que se pensa: Vestígios químicos encontrados num pequeno recipiente de barro do sueste do México mostram que o objeto antigo foi usado há mais de 3.500 anos, para uma bebida à base de chocolate, que terá sido produzido na região que os Aztecas conquistaram por causa da quantidade de cacaueiros.